Os cogumelos têm recebido muita atenção nas últimas décadas devido aos seus poderosos efeitos psicadélicos. Mas o que é que torna estes cogumelos tão especiais? A resposta reside no ingrediente ativo chamado psilocibina.
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A substância mágica psilocibina
A psilocibina é uma substância psicoactiva que se encontra naturalmente em certos tipos de cogumelos, também conhecidos como "cogumelos mágicos". Pertence a uma classe de compostos chamados triptaminas, que têm efeitos semelhantes aos da serotonina, um neurotransmissor envolvido na regulação do humor, do sono e da cognição.
Os efeitos psicadélicos da psilocibina são conhecidos há milhares de anos, uma vez que os cogumelos mágicos são utilizados há séculos em várias práticas culturais e espirituais [1]. Atualmente, no entanto, o consumo de cogumelos também está a aumentar entre as pessoas interessadas em fins recreativos ou no autodesenvolvimento. Para além disso, há agora mais atenção aos efeitos benéficos que a substância pode ter nas perturbações mentais.
Onde é que se encontra a psilocibina?
A psilocibina encontra-se naturalmente em vários tipos de cogumelos em todo o mundo. Alguns dos cogumelos mais conhecidos que contêm psilocibina são Psilocibo cubensise o Psilocybe Mexicana. Estes cogumelos crescem frequentemente em ambientes húmidos, como florestas e planícies altas, e alimentam-se de matéria orgânica.
Embora os cogumelos possam ser encontrados na natureza, pode ser difícil identificar a espécie correcta, uma vez que alguns cogumelos venenosos são semelhantes à primeira vista. Para garantir a segurança, é aconselhável obter cogumelos de fontes fiáveis, tais como lojas especializadas em cogumelos que oferece cogumelos cuidadosamente cultivados e identificados.
Como é que a psilocibina funciona?
Quando a psilocibina é ingerida, é convertida no organismo em psilocina, que é responsável pelos efeitos psicadélicos. A psilocina liga-se aos receptores de serotonina no cérebro, particularmente aos receptores 5-HT2A, que estão envolvidos na regulação da comunicação neuronal [2].
A interação com estes receptores leva a um aumento da atividade em certas partes do cérebro, como o córtex pré-frontal e a amígdala. Isto provoca um aumento das percepções sensoriais, alterações na perceção, emoções e consciência. No entanto, os mecanismos exactos subjacentes aos efeitos da psilocibina ainda não são totalmente compreendidos e continuam a ser objeto de intensa investigação.
Quais são os efeitos da psilocibina?
Os efeitos da psilocibina variam de pessoa para pessoa, mas em geral são conhecidos pelos seus aspectos alucinogénios e místicos. Durante uma trip, as pessoas podem ter alucinações visuais, ver cores mais intensas, distorcer padrões e sentir pensamentos e emoções mais intensos. Para além destes efeitos visuais e mentais, as viagens com psilocibina podem também estar associadas a uma maior sensação de ligação com o mundo que nos rodeia, o que pode levar a percepções espirituais e ao crescimento pessoal [3].
Investigação científica sobre a psilocibina
Embora os cogumelos mágicos tenham sido utilizados durante séculos por culturas indígenas de todo o mundo, a ciência moderna tem-se concentrado cada vez mais no potencial terapêutico da psilocibina. Estudos recentes demonstraram que a psilocibina pode ajudar a tratar várias perturbações mentais, como a depressão, perturbações de ansiedade e dependências. Está também a ser investigada como um possível tratamento para as cefaleias em salvas.
Fontes:
[1] https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32398764/